O TEMPO PAROU


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Aqui parado, sentado, pensando...
Lembrando, viajando, olhando,
Sentindo saudades de conversar;
A vontade de parar, prosear, te olhar...
Discorrer sobre a vida ou o que dela restou,
Cantando as notas que o vento ressoou;
Viajar ao imaginário sem fronteiras,
Falar sério e depois sorrir das besteiras,
Ouvir os sons de algumas palavras lisonjeiras,
Tentar entender o faz sentido das sílabas corriqueiras
Que em desalinho acalmam o que o coração não apaziguou...
Ainda parado, sentado, pensando...
Rememorando, viajando, olhando,
O tempo que não para de caminhar,
Os momentos que não cessam em passar,
As felicidades que não cansam de se mostrar,
As tristezas que não falham em nos açoitar;
Mesmo fortes, fracos, chuvosos, ensolarados,
Incessantes, vibrantes, estonteantes apresentam se os instantes.
Enquanto eu ainda sorridente e viajando pelos seus cabelos,
Encontro guardado na minha anamnese as belas flores inebriantes
Que cessam a acidez do mundo que ainda não anda bem.
Agora não mais parado, mas andando pensando,
Recordando, viajando, olhando, procurando
Encontrar mais uma vez a luz que tanto preciso
A mesma que descobri unicamente no seu sorriso.
A que equivale a aquele momento, aquele majestoso e intrigante
Instante em que finalmente o tempo parou.

Julio Souza

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