MULHER
Olha eu sou mais eu. Mesmo
oriunda da costela, eu sou mais eu. Posso até ter aberto a caixa ou quase ter
sido apedrejada, que mesmo assim eu sou mais eu.
Sim protestei, queimei os
soutiens, fui massacrada e morri mais de uma vez. Fui queimada em praça
pública, por minha coragem, por essa mesma coragem que nasceu comigo morri
outra vez na fábrica, mas minha história perdurou. Meu amor renasceu das cinzas
com o bater glamoroso das asas da Fênix e assim como a ave que transcende ao
apogeu envolto em seu brilho formoso eu renasci companheira, me tornei mãe, fui
rainha, escrava, guerreira, presidente, me tornei independente, venci, perdi,
chorei e sorri.
Não parei de lutar,
continue como as outras antes de mim, me espelhei no que elas foram e hoje sei
o que sou muito mais do que pensam e muito mais serei, pois sou mulher.
Julio Souza

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