TOQUE FRIO



Eu fui tocado…
Senti a mão fria da violência
Percebi o quanto é podre a impotência,
Eu fui tocado...
Nos segundos que se passaram,
Meus músculos atrofiaram,
Na tentativa inútil de não ficarem anestesiados...
Sem ter muito que fazer,
Levaram-me mais que os bens,
Levaram um pedaço de paz também
Deixaram para trás apenas uma tristeza
Que invadiu a minha grande fortaleza
Plantando em meu jardim,
Muito mais que a avareza do fim
Eu fui tocado...
E as autoridades com sorrisos nos rostos
Promoveram-me seis horas mais de desgostos;
E nessa situação calamitosa
Percebi a navalha fulgurosa
Trazer-me um toque frio...
Estranha sensação, toque vil.
O sangue desce sem marcas na pele
As lágrimas os olhos expelem,
Mas os culpados, ninguém viu.

Julio Souza

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